A BALA DA TRAIÇÃO

 
A BALA DA TRAIÇÃO
Lucarocas a Arte de Ser
 
Certa vez a vendedora
Não tendo muita atração
Por pessoa encantadora
Despertou sua paixão
E mesmo sendo casada
Queria ser namorada
Do colega do balcão.
 
E fugindo do marido
Queria o outro encontrar
Mesmo que fosse escondido
Para ninguém reparar
Mas não carregava culpa
Sempre arranjava desculpa
Para um outro namorar.
 
O outro não se entrega
Na primeira tentação
Pois namorar a colega
De uma mesma profissão
Podia não cair bem
E ele mas que ninguém
Já previa confusão.
 
Mas a colega insistia
Com a mais diversa cantada
E o rapaz não queria
Cair naquela enrascada
Se sentia temeroso
Sabia ser perigoso
Sair com mulher casada.
 
Quando findou seu trabalho
Num dia de sexta-feira
O rapaz fez um atalho
Pra barraca cervejeira
Lá pediu carne grelhada
E uma cerveja gelada
Para sanar a canseira.
 
E quando estava comendo
Ouviu alguém lhe chamando
E de repente foi vendo
Uma mulher lhe acenando
E quem lhe dava com a mão
Era a moça do balcão
Que estava lhe paquerando.
  
Num instante resistiu
Toda àquela tentação
Outra cerveja pediu
E acenou com a mão
E ela foi se chegando
Com ele foi conversando
Na maior animação.
 
Depois de tantas geladas
Começaram a se abraçar
Com risos e gargalhadas
Não viram o tempo passar
Foi então naquele dia
Que o casal começaria
Logo então a se encontrar.
 
A noite ficou pequena
Para tamanha paixão
Toda vontade era plena
Naquela situação
E no auge do prazer
Cada um foi esquecer
O tamanho da traição.
 
O certo é que o casal
O romance confirmou
Nada era casual
Tudo se concretizou
E mesmo sendo escondido
Não pesavam no marido
Que a mulher enganou.
 
Até que um certo dia
Ele quase perde a fala
Pois então receberia
Uma mensagem que cala
Numa caixa de presente
Ele recebeu somente
Estojo com uma bala.
 
E com aquela surpresa
O rapaz foi demitido
Também saiu da empresa
A que enganou o marido
Não se sabe se a mulher
Algum dia ainda quer
Fazer um homem traído.
 
Fortaleza, 15 de agosto de 2022.